
A glória do piloto que encarou a morte 3 vezes
BIG STORY
A glória do piloto que encarou a morte 3 vezes


(Imagem: Powrot Roberta PL)
Há 10 dias, em 15 de junho, quando Robert Kubica venceu as 24 Horas de Le Mans, uma das mais tradicionais corridas do automobilismo mundial, talvez apenas os fãs mais fiéis do esporte tenham se dado conta do quão grandioso foi o feito do piloto polonês.
Uma prova tão longa não seria suficiente para parar alguém que, ao longo da vida, contornou curvas muito mais perigosas: as que o colocaram entre a vida e a morte.
🏎️ Das primeiras arrancadas à Fórmula 1
Nascido em Cracóvia, Polônia, em 1984, Kubica começou no kart aos 6 anos e logo chamou atenção pelo talento precoce. Ainda jovem, mudou-se para a Itália para disputar campeonatos mais competitivos.
- Na época, pilotava com capacete branco, para economizar o dinheiro da pintura.
Em 2003, prestes a disputar a Fórmula 3, sofreu seu primeiro grave acidente de carro, como passageiro. Quebrou o braço direito e precisou colocar parafusos de titânio.
- Mesmo perdendo as 3 primeiras corridas da temporada, estreou com vitória na 4ª etapa.
Após vencer a World Series em 2005, Kubica assinou com a BMW Sauber para ser piloto de testes na Fórmula 1 em 2006.
Impressionando nos treinos livres, a chance da titularidade caiu em seu cockpit quando Jacques Villeneuve se acidentou e abriu espaço para o primeiro piloto polonês da história da F1.
- 🥉 Na terceira corrida da carreira, em Monza, subiu ao pódio com um 3º lugar.
💥 O acidente no Canadá e a mudança para a Renault
Em 2007, 4 anos após o seu primeiro incidente, Kubica sofreu um dos acidentes mais assustadores da F1, no GP do Canadá. A batida foi tão violenta que seus pés ficaram visíveis para fora do carro. Relembre aqui.
- Um ano depois, na mesma pista, venceu sua primeira e única corrida na Fórmula 1. Naquele momento, liderava o campeonato.
Foram 9 pódios pela Sauber (1 vitória, 4 segundos lugares e 4 terceiros). Com a queda de desempenho da equipe, transferiu-se para a Renault, onde havia sido o 1º piloto do programa de desenvolvimento em 2001.
Na equipe francesa, Kubica não chegou perto de repetir os grandes feitos da época de Sauber. Pela quantidade de quebras na F1, foi autorizado a participar de corridas de rali, sua outra paixão.
Sempre sondado pela Ferrari, ele acertou um contrato com a escuderia para 2012. Sabendo que não poderia mais competir em provas de rali no ano seguinte, por falta de autorização, foi liberado para um último, na Itália, ainda em 2011.
🚨 O acidente que mudou tudo
Disputando o Ronde di Andora, na Itália, sofreu o acidente mais grave de sua carreira — novamente no intervalo de 4 anos. O carro colidiu com a grade de proteção de metal, que dividiu ao meio, esmagando seu lado direito. O resultado:
- Mais de 1 hora para ser retirado do carro;
- 75% do sangue do corpo perdido;
- 42 fraturas, do pé até o cotovelo;
- Cirurgia de 12 horas, com amputação parcial do antebraço direito;
- Mais de 20 cirurgias no total.

A recuperação foi dolorosa. E a dor não era só física. Kubica perdeu a chance de ser piloto da Ferrari:
"Não me tornei um piloto da Ferrari, mas cheguei muito perto. Minha recuperação foi tão difícil que, nos primeiros 18 meses, isso não doeu porque eu estava me concentrando em meus ferimentos e recuperação. Quanto mais o tempo passa, mais difícil isso se torna. Houve momentos difíceis em que a recuperação e as cirurgias tomaram 100% de mim, mas eu perdi a F1. A recuperação foi dolorosa, mas não mais doloroso do que saber que eu deveria estar na Ferrari. É mais doloroso agora."
Sem ninguém acreditar, em 2017 voltou a testar um carro da F1. Em 2019, surpreendeu o mundo ao voltar como titular da Williams, com um volante adaptado.
Com limitações no braço direito, completou a temporada inteira, de forma competitiva. Virou símbolo de superação e paixão pelas pistas.
🐎 O sonho de guiar pela Ferrari — e a glória em Le Mans

Depois de atuar como reserva na Alfa Romeo até 2021, Kubica passou a competir em categorias de endurance (resistência), onde voltou a se destacar.
Em 2024, subiu para a classe Hypercar e enfim pilotou pela Ferrari, a 499P, #83 da AF Corse no Mundial de Endurance (WEC). Estava realizado seu sonho de correr pelo “cavalinho rampante.”
Toda a sua trajetória foi coroada com a vitória nas 24 Horas de Le Mans, em 2025 — 3ª consecutiva da Ferrari. A narração dos momentos finais da prova é muito emocionante.
Uma prova tão longa, que pode parecer durar uma eternidade. Na verdade, eternidade é onde está escrito o nome e o legado de Robert Kubica.

Redação

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