No último domingo, o Barcelona se sagrou campeão da Supercopa da Espanha após golear o Real Madrid por 5x2. Muito além de conquistar mais um título, o resultado pode ter marcado o ressurgimento do clube catalão.

Isso porque, desde a saída de Lionel Messi em agosto de 2021, a equipe se afundou em uma grande crise institucional, dentro e fora das quatro linhas.

Primeiro ano sem Messi, sem títulos e sem dinheiro

Sem condições financeiras para manter o argentino, o Barcelona iniciou a temporada 21/22 abrindo mão de ídolos para apostar em jogadores no fim de ciclos por clubes anteriores, como Memphis Depay e Sérgio Agüero.

• Ainda assim, os problemas monetários quase impediram o clube de registrar seus reforços.

Contudo, sob o comando do holandês Ronald Koeman, a ideia clara de jogo que sempre caracterizou o Barcelona se perdeu. O time terminou em 9º lugar na La Liga e, após o resultado ruim na Champions, o treinador foi demitido.

Visando recuperar a essência do futebol, o ídolo Xavi foi o escolhido para chefiar a equipe. Porém, dentro de campo, o Barça acumulou novas eliminações e, fora dele, dívidas: seu déficit total chegou à incrível marca de 1 bilhão de euros.

Mudanças estruturais, reconquista da La Liga e escândalo

Tudo começou a melhorar na temporada 22/23. Primeiro, o clube fechou um patrocínio de 3 anos com o Spotify por € 280 milhões (mais de R$ 1,68 bilhão). Além disso, a empresa adquiriu os naming rights do novo Spotify Camp Nou, que passaria por obras.

Dentro de campo, mesmo com resultados ruins na Liga dos Campeões e na Liga Europa, a temporada foi marcada pela solidez defensiva e pelo título do Campeonato Espanhol após 4 anos de seca — veja a comemoração efusiva de sua torcida.

Ronald Araújo, Marcos Alonso e Raphinha se destacaram, enquanto Robert Lewandowski se tornou a garantia de gols do clube.

Maaaass… Nem tudo foram flores. Ao final do ano, explodiu uma nova bomba na Catalunha: o Barcelona foi formalmente indiciado por suspeita de suborno em pagamentos ao comitê de arbitragem — a acusação foi anulada em 2024.

Mudança de Xavi e a renovação com Hans Flick

A temporada 23/24 também é marcada pela ausência de títulos, a não utilização do seu estádio — que começou a ser reformado — e com as saídas de ídolos como Sergio Busquets, Gerard Piqué e Jordi Alba.

• Em contrapartida, tivemos o “nascimento” de jovens craques como Lamine Yamal e Ferran Torres.

Com a saída de Xavi e a contratação de Hansi Flick para 24/25, o futebol de posse de bola deu lugar a um estilo ofensivo, explorando a velocidade de Raphinha e Yamal, com lançamentos longos de zagueiros de grande qualidade.

O brasileiro, inclusive, se tornou um dos grandes destaques da equipe com 28 participações em gols em 27 jogos. Além dele, o técnico alemão ajudou a recuperar o faro de gols de Lewandowski.

Ainda assim, o clube teve que liberar jogadores importantes do elenco como İlkay Gündogan, João Félix e o brasileiro Vitor Roque para se enquadrar nas regras de fair play financeiro no início da temporada.

Com o novo estilo, o clube conseguiu vitórias maiúsculas contra o Bayern em casa por 4x1 pela Champions League e, na sequência, contra o Real Madrid, em pleno Santiago Bernabéu, por 4x0.

Ainda assim, o clube virou o ano de 2025 em meio à polêmica sobre o registro de Dani Olmo, seu principal reforço. Contudo, com uma medida cautelar, o clube garantiu a presença do jogador na final da Supercopa.

Se dentro de campo as coisas melhoraram, os torcedores do Barcelona agora aguardam que seu estádio fique pronto e melhores decisões por parte da diretoria para que a equipe reencontre a grandeza que a caracterizou ao longo de sua história.