O Ney tá off. De novo. Em seu retorno como titular do Santos, apenas 3 dias após entrar no 2T contra o Fluminense, no Maracanã — quando atuou por 45 minutos após 40 dias afastado por lesão na coxa esquerda —, ele voltou a sentir dores.

Contra o Atlético-MG, ficou em campo por 32 minutos, tempo suficiente para ajudar o time a constuir o placar. No entanto, a mesma lesão voltou a incomodar. O craque saiu chorando — reveja aqui.

Mesmo com todo o cuidado adotado pelo clube e a liberação apenas com a certeza da total recuperação, o episódio reacende a dúvida sobre o futuro de quem ainda carrega o rótulo de esperança do Brasil para a Copa de 2026.

Uma nada doce rotina

As lesões não são novidade na carreira de Neymar. Desde 2014, ele precisou se recuperar em alguma parte em todas as temporadas, acumulando 1.145 dias fora dos gramados — o equivalente a mais de 3 anos em tratamento — e 249 partidas perdidas.

Desde a estreia na Copa de 2022, em 25 de novembro, quando torceu o tornozelo contra a Sérvia e perdeu o restante da fase de grupos, iniciou-se a pior sequência de lesões da carreira.

De lá para cá, entre problemas musculares, lesões no tornozelo, coxa e ligamentos, Neymar disputou apenas 29 partidas e ficou fora de 96, ou seja, perdeu 3x mais jogos do que participou.

O episódio mais recente é o 9º desde a Copa de 2022, e repete o filme das vezes anteriores: ele retorna, se empolga, sente, cai, reaparece — e acaba machucando novamente.

O paralelo inevitável

"Meu maior sonho todo mundo sabe que é a Copa do Mundo. É o meu objetivo, é um sonho que eu tenho. Ano que vem a gente tem uma grande chance. Espero poder estar lá, espero poder conquistar essa Copa do Mundo para ‘zerar’"

Neymar

As palavras que ele sempre repetiu não escondem sua vontade. Mas agora, é o seu corpo que parece não conseguir acompanhar. Contudo, se olharmos para trás, já vimos esse “Fenômeno” acontecer.

Depois de ficar 5 meses parado por uma lesão no joelho, Ronaldo voltou a atuar pela Internazionale no dia 12 de abril de 2000. Porém, 7 minutos após entrar, ocorreu a cena que jamais saiu da cabeça de todos os apaixonados por futebol — relembre aqui.

No lance, a patela do mesmo joelho direito saiu do lugar. Foi necessária uma nova cirurgia, um processo doloroso de 2 anos de fisioterapia, iniciado ainda no hospital em que havia sido operado.

"Era tão grave que algumas pessoas diziam que eu jamais voltaria a jogar futebol novamente. Que eu nem mesmo voltaria a caminhar novamente. Foi então que os meus limites foram realmente testados. Eu sabia que a Copa do Mundo de 2002 estava chegando, mas não eram os troféus ou os gols que me motivavam. Eu só pensava naquele sentimento que eu só podia encontrar no campo de futebol e com a bola aos meus pés."

Ronaldo

Os questionamentos foram muitos, as contestações também. Mesmo com poucos jogos, o Fenômeno ganhou a confiança do técnico Felipão para a Copa do Mundo 2002. Predestinado a escrever o nome na história, o R9 foi o grande nome da conquista do Penta.

A esperança é a última que morre

É difícil imaginar a Seleção Brasileira sem Neymar. A crise técnica atual e a carência de outro protagonista tornam o camisa 10 ainda mais necessário na busca pelo hexa.

A Copa de 2026 será a 4ª de sua carreira. Nenhuma até agora terminou como ele sonhou. Para que isso mude, ele precisará mais do que fisioterapia e preparação física: será preciso resiliência, sorte — e um roteiro “Fenomenal”.

A cada nova lesão, ressurge a pergunta: "Será que ele vai aguentar?"

Para voltar ao topo e buscar a taça que falta, Neymar parece precisar desafiar o impossível — como aquele camisa 9, de topete, fez em 2002.