Desde os anos 1950, quando Enzo Ferrari decidiu usar os lucros das vendas de carros para sustentar a Scuderia Ferrari, a estratégia sempre foi clara: construir carros rápidos, vencer corridas e criar desejo.

Enquanto concorrentes como Mercedes e Alpine vendem milhões de veículos anualmente — 2,04 milhões e 2,23 milhões, respectivamente —, a montadora italiana prefere a exclusividade, com apenas 13 mil unidades vendidas por ano.

• Contudo, cada Ferrari gera mais de 100 mil dólares de lucro líquido, resultado que coloca a marca muito à frente das adversárias no quesito rentabilidade. Tudo isso por conta da F1.

Explicando: Quando a Mercedes liderava a categoria, estima-se que a montadora alemã obtinha 25% do tempo total de TV de uma temporada. Essa exposição está avaliada em mais de US$ 5 bilhões, pois cada corrida alcança uma média de 90 milhões de espectadores.

Assim, para a Ferrari, a equipe mais vitoriosa — 16 títulos de construtores — e talvez a mais popular do esporte, a F1 fornece uma plataforma grande o suficiente para construir fãs organicamente e, eventualmente, vender carros.

Além das corridas, os pilotos da equipe italiana também reforçam a fórmula mágica: exclusividade + performance. Todas as 799 unidades da Ferrari SF90 XX Stradale, carro de Charles Leclerc, foram vendidas, gerando mais de US$ 700 milhões em receita.

Hoje, com o teto de custos na F1, a Scuderia gera um lucro de US$ 50 milhões ao balanço anual da empresa.

Tudo isso prova que, para a montadora italiana, a pista não é só um palco de vitórias, mas também a plataforma que sustenta um dos modelos de negócios mais desejados e exclusivos do mundo.